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terça-feira, 27 de maio de 2014

Os novos ares da Midea Carrier

Empresa chinesa se consolida na liderança em ar-condicionado e inicia fabricação de eletrodomésticos no Brasil


Diversificação: os executivos Murakami (à esq.) e Mascarenhas querem replicar o bom desempenho da marca no segmento de ar-condicionado no mercado de eletrodomésticos ( foto: Calebe Simões/Ag. Istoé)
O engenheiro americano Willis Carrier (1876-1950), inventor do ar-condicionado, tornou confortável a vida em lugares de calor escaldante. Sua criação é cultuada até hoje como um dos pilares da vida moderna. O invento também deu origem à Carrier, empresa que faturou R$ 40 bilhões em 2013. A recente onda de calor que passou pelo Brasil no verão deste ano fez muita gente dar vivas ao espírito inventor de Carrier. Mas foi uma empresa com nome diferente que fez bom uso de sua reputação e lucrou com as vendas do refrescante equipamento: a chinesa Midea. Em 2011, a Midea assumiu o controle da operação da Carrier na América Latina, por US$ 220 milhões, ficando com 51% do capital.

Da transação, surgiu a Midea Carrier, líder do setor na região, com 30% de participação. No ano passado, as vendas no Brasil alcançaram R$ 2,2 bilhões, o que faz do País o segundo maior mercado da Midea no mundo, atrás apenas da China. “Essa joint venture foi essencial para transformar a América Latina em um dos maiores centros de produção fora da China”, diz Toshio Murakami, superintendente de distribuição da empresa no Brasil. Animados pelo bom desempenho, os chineses sabem que o País ainda oferece muitas oportunidades. Apenas 15% das residências possui algum tipo de refrigeração, segundo o IBGE. Na vizinha Argentina, por exemplo, o porcentual é de 34%, mais do que o dobro.

Para não perder o embalo, a companhia se prepara para disputar outro mercado: o de eletrodomésticos. Trata-se, na verdade, de sua atividade principal na China, mas que ainda não era explorada por aqui. “Sabemos que as vendas de ar-condicionado ainda crescerão, mas queremos nossa fatia também em eletrodomésticos”, afirma Murakami. Os primeiros investimentos, de cerca de R$ 5 milhões, já estão sendo feitos na nova linha de micro-ondas da marca, o Midea Liva, que será produzida na Zona Franca de Manaus. Para os próximos cinco anos, são esperados aportes de R$ 250 milhões para a produção de produtos da linha branca.

O novo foco não significa que o mercado de ar-condicionado será negligenciado. A Midea acaba de concluir um investimento de R$ 60 milhões em uma nova fábrica, também em Manaus. Com isso, sua capacidade de produção chegou a mais de um milhão de unidades por ano. “A ascensão da classe média transformou o ar-condicionado em necessidade, não em luxo”, afirma Henrique Mascarenhas, diretor de marketing da companhia. A Copa do Mundo, por sua vez, representou um gás adicional para a fabricante. Seus aparelhos equipam nove dos 12 estádios que sediarão os jogos do evento. No que depender dos chineses, mesmo em caso de derrota, os brasileiros vão continuar de cabeça fria.

Por: André Jankavski

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